domingo, 8 de dezembro de 2013

“Why'd you want to sing about sad things?" Candy had asked him. "Because any fool can be happy," he'd said to her. "It takes a man with real heart" —he'd made a fist and laid it against his chest— "to make beauty out of the stuff that makes us weep.” ― Clive Barker, Days of Magic, Nights of War

sábado, 30 de novembro de 2013

se a realidade fazemo-la assim tão estreita para onde ir então? se não há saída possível hj vou "abrir as portas da percepção" selar as feridas do meu coração...há sonhos, vidas atrás julguei ser possível tocar-te, lá onde mais ninguém tinha ido...mas foi tudo, é claro, apenas mais uma ilusão...

ter ou não ser...

Tu tens e julgas que és e eu não tenho e começo a acreditar que não valho nada porque sou como tu mas sem nada de meu comigo para me acompanhar, sou só eu e a minha solidão envergonhada. Mas qual de nós o mais só, tu que não me olhas ou eu que não sou olhado? estou tão sozinho como tu que passas e finges não me ver só para não te veres igual a mim...a única diferença está no ter e o que nos define enquanto sociedade é to have or not to be, right?...e por muito que tenhamos não somos nada se não soubermos ser uns com os outros. Assim não és diferente de mim, és tão ou mais miserável do que eu, por isso finges não me ver ao passares por mim...é o medo de descobrires que, apesar de todas as coisas que possuis (e que te vão possuindo), não passas, bem lá no fundo de ti, de mais um sem abrigo...

terça-feira, 26 de novembro de 2013

my candle

"My candle burns at both ends;
It will not last the night;
But ah, my foes, and oh, my friends--
It gives a lovely light!"

 Edna St. Vincent Millay

I know. But I do not approve. And I am not resigned.


" I am not resigned to the shutting away of loving hearts in the hard ground.
So it is, and so it will be, for so it has been, time out of mind:
Into the darkness they go, the wise and the lovely. Crowned with lilies and with laurel they go; but I am not resigned.  Lovers and thinkers, into the earth with you.
Be one with the dull, the indiscriminate dust.
A fragment of what you felt, of what you knew,
A formula, a phrase remains, --- but the best is lost.
The answers quick & keen, the honest look, the laughter, the love,
They are gone. They have gone to feed the roses. Elegant and curled
Is the blossom. Fragrant is the blossom. I know. But I do not approve.
More precious was the light in your eyes than all the roses in the world. Down, down, down into the darkness of the grave
Gently they go, the beautiful, the tender, the kind;
Quietly they go, the intelligent, the witty, the brave.
I know. But I do not approve. And I am not resigned.."

Edna St. Vincent Millay

domingo, 24 de novembro de 2013

a caminho de casa...

Sinto como um lúcido e louco cão danado, uma ânsia de tanto morder como lamber quem de mim se aproxima, trago tantos mundos, cheiros e imagens dentro de mim, que já não sei distinguir quais eu sonhei e quais eu de facto vivi, sei que sou fiel à minha casa que nunca desisti de reencontrar...e tenho tantas saudades dela...ainda que não saiba por onde mais a procurar...

The only people for me are the mad ones

They danced down the streets like dingledodies, and i shambled after as i've been doing all my life after people who interest me, because the only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones that never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars and in the middle you see the blue centerlight pop and everybody goes "Awww!"

Jack Kerouac

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

love is just a shout into the void

“I'm in love with you," he said quietly.

"Augustus," I said.

"I am," he said. He was staring at me, and i could see the corners of his eyes crinkling. "I'm in love with you, and i'm not in the business of denying myself the simple pleasure of saying true things. I'm in love with you, and i know that love is just a shout into the void, and that oblivion is inevitable, and that we're all doomed and that there will come a day when all our labor has been returned to dust, and i know the sun will swallow the only earth we'll ever have, and i am in love with you.” ...
― John Green, The Fault in Our Stars

my dear i believe we could fix our broken winds...

Caminho na desordem de não encontrar lugar nem sentido para a vida que se faz nesta idade que fere e foge...a vida é tão curta para tanto desencontro e tão grande esquecimento...oxalá amanhã eu te encontre outra vez antes do universal sono nos apanhar enquanto vivemos outra coisa qualquer, mas até lá deixa-te ficar só mais um bocadinho na penumbra das coisas esquecidas e reinventadas pode ser que assim façamos mais sentido. À luz deste crepúsculo  consigo adivinhar-te o corpo e vislumbrar-te a alma. No sitio exacto das agressões há um par de asas que secretamente cresce...

sábado, 16 de novembro de 2013

À hora do cansaço


Ao fim da tarde
À hora do cansaço
Quando a vida é feita de perdas
De regressos impossíveis
E apetece chorar ou fugir
Abro a janela do quarto
E desato por aí fora

À nossa procura...

“There were always in me, two women at least, one woman desperate and bewildered, who felt she was drowning and another who would leap into a scene, as upon a stage, conceal her true emotions because they were weaknesses, helplessness, despair, and present to the world only a smile, an eagerness, curiosity, enthusiasm, interest.” ― Anaïs Nin

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ever Rest

I'm holding to nothing
Repeat my destruction
Inside voices taunt me
Just holding to nothing...
um bom poema funciona como betadine para as feridas da alma, ajuda a desinfetá-las e a limpá-las das impurezas da tristeza e no final cicatriza tudo muito melhor...mas não os poemas do Pessoa, esses escarafuncham as feridas, o tipo é mórbido e obsessivo e é essa a sua beleza, no entanto hj queria poemas com outro tipo de vida por dentro para afastar estas paisagens da morte em visita (se bem que a chatice da morte é para quem fica por cá fica vivo a ganir por quem se vai...é claro que é sempre mais interessante estar-se vivo do que estar-se morto, sempre acontecem mais coisas :P mas a maior parte das coisas que acontecem são de uma maçada e de uma canseira indescritível , até os excessos que cometemos...poças ainda bem que se morre, eu n me importo nada de morrer,  a chatice é ver os outros morrer 1º...) mas voltando ao Pessoa, esta alien aqui adora o gajo, mas esta coisa do Pessoa as vezes poe-me doente pq ele quer mas não quer, é um tipo no fundo apático, a vida física esgotou-se-lhe com tanta vida interior imaginada, com tanto excesso intelectualizado, mirrou-se-lhe a energia vital toda, apetece abaná-lo por dentro da escrita e sussurrar-lhe ao ouvido das palavras: bora lá my dear bora fazer pessoinhas e little aliens nas paginas do texto... mas não, o Pessoa ia recusar-se horrorizado, conheço-lhe bem a sua sensibilidade, toda ela é uma armadilha...mas é uma boa armadilha, vale sempre a pena cair nela :)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Passagem das Horas

Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos(...)
Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem para a morte entre árvores e esquecimentos,
Entre tombos, e perigos e ausência de amanhãs,
E tudo isto devia ser qualquer outra coisa mais parecida com o que eu penso,
Com o que eu penso ou sinto, que eu nem sei qual é, ó vida.

Cruzo os braços sobre a mesa, ponho a cabeça sobre os braços,
É preciso querer chorar, mas não sei ir buscar as lágrimas (...)
Tenho a alma rachada sob o indicador curvo que lhe toca(...)

 Vi todas as coisas, e maravilhei-me de tudo,
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco - não sei qual - e eu sofri.
Vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos,
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conseguisse.
Amei e odiei como toda gente,
Mas para toda a gente isso foi normal e instintivo,
E para mim foi sempre a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.

 Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.

 Todos os amantes beijaram-se na minh'alma,
Todos os vadios dormiram um momento em cima de mim,
Todos os desprezados encostaram-se um momento ao meu ombro,
Atravessaram a rua, ao meu braço, todos os velhos e os doentes,
E houve um segredo que me disseram todos os assassinos.

Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus.

E falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, uma frase,
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.

 Álvaro de Campos,

domingo, 3 de novembro de 2013

Skinny Love

“And now all your love is wasted and who the hell was i?
I'm breaking at the bridges and at the end of all your lines

Who will love you?
Who will fight?
Who will fall far behind?...”

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

"A decisão sobre o exercício de felicidade- ou sobre o índice dessa sensação na vida de Teresa- foi tomada quando esta completou 14 anos. Deus considerou que era uma idade justa. Não era uma criança, nao era exactamente um adulto. O pai acabara de deixar a casa em silencio, retirando-se à força, escoltado por 2 polícias à paisana. Para se entreter, ela decidira fazer arroz-doce sem ovos, com raspas de limão e açúcar amarelo, distraindo a irmã mais nova nas delícias do tacho, mexer, mexer sempre com cuidado. A mãe permanecera no quarto, paredes meias com a sala. Ouviu-a a gemer quando a porta da rua se fechou com o fim da violência. Com o seu corpo franzino, cabelo preso na nuca com um elastico velho, Teresa abandonou a cozinha dizendo para a irmã:

-Não deixes de mexer ou queimas o fundo ao tacho. Se parares de mexer estragas tudo.

Aproximou-se do quarto da mãe, bateu à porta, apenas um toque ligeiro, uma intenção. Sentou-se na cama ao seu lado e começou a contar: 

-Quando eu tinha dois anos caí ao rio. Era muito pequena, andava de fraldas

-Sim filha

- O cão salvou-me.

-Pois foi eu lembro-me.

-Isso faz de mim uma pessoa diferente mãe. Sei coisas que tu nao sabes e vou dizer-te agora como vais viver a tua vida.

A mãe passou a mão pela cara, um gesto cansado, uma intensa dor indizível. Tudo o que fizera para proteger as filhas terminara naquele minuto anterior. Não queria falar sobre isso. Estranhava o cheiro adocicado que invadia a casa. Quis levantar-se, mas sem coragem encarou a filha mais velha com os olhos azuis sem fim. Deus sentiu um aperto no peito. A menina-mulher disse:

-Estamos sempre sós mãe. Sempre. Mas estamos sempre juntas, naõ é? E agora vamos ser felizes.

- E o que é ser feliz?

- Vamos fazer uma lista. Ser feliz é o arroz doce que vamos comer ao jantar. Ser feliz é o conjunto de lençóis brancos que vais estrear hoje na tua cama de solteira. Ser feliz é saberes que estás aqui

- Onde é que descobriste essas coisas todas filha?

- Nos livros. Quando quiseres estar triste e chorar dou-te livros para chorares. Na vida vais ser feliz.

-Assim de repente?

-Assim de repente."

Patricia Reis no conto " A Felicidade deles"

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

há um ténue fio de sonho a suster-me à tona dos dias mas os dias são-me cada vez mais dificeis de poetizar e de suportar. sei que uma destas manhãs
não vou conseguir arranjar mais razões ou desculpas para a vida que se anda a enganar...e finalmente poderei descansar

domingo, 6 de outubro de 2013

Anjo Mudo

"Conhecera a ansiedade daqueles que, ao entardecer, olham meio cegos a vastidão incendiada do oceano-e ninguém sabe se esperam alguma coisa, alguma revelação, ou se estão ali sentados, apenas para morrer. Aprendera, também ,que o mar, aquele mar- tarde ou cedo- só existiria dentro de si: como uma dor afiada, como um vestígio qualquer a que nos amarramos para suportar a melancólica travessia do mundo." Al Berto

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ruínas

O amor corre contra nós, ele não foi feito para nos salvar, para nos pacificar a alma, o amor é uma vertigem, uma casa em chamas. Depois de tudo ardido só queremos voltar as suas ruínas.

 O amor só é uma doença quando, como diz o cantor, nele julgamos ver a nossa cura…

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

“Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa”
______________________________Rubem Alves

sábado, 28 de setembro de 2013

O sonho é a pior das cocaínas, porque é a mais natural de todas. Assim se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate – mas a alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma.

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

disease


Queria palavras para fazer amor
Quando toda a gente estivesse a dormir
E ninguém suspeitasse
Do sentimento excessivo a corroer o peito
Mas continuo sem saber aonde pertenço
Irremediável e errante
E a mover-me duma melancolia para outra
Arrastando cansaços e tristezas que nunca acabam
E que ninguém adivinha

Eu só queria morrer nos teus braços
Mas para onde quer que me vire não encontro senão vazios disfarçados de outra coisa qualquer


(E sinto-me a pouco e pouco a começar a desaparecer de dentro de mim…)
 

 

 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Wasteland

"Heaven and Hell, i know them well but i haven't yet made my choice... I'm feeling dead 'cause i'm shouting loud and NO ONE can hear my voice"

sábado, 21 de setembro de 2013

Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutra pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse ao abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever em sismo.

Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte
faz devorar em jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.

Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce à rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.

Original é o poeta
que chega ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.

Esse que despe a poesia
como se fosse mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.

Ary dos Santos, in 'Resumo'

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sobre o esquecimento...

"Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar."

Miguel Esteves Cardoso

 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Opium

"Tudo o que fazemos na vida, mesmo o amor, fazemo-lo no comboio expresso que rola para a morte. Fumar ópio, é abandonar o comboio em marcha, é ocupar-se de outra coisa que não seja a vida ou a morte"  Jean Cocteau




domingo, 15 de setembro de 2013

"vulnerant omnes, ultima necat"

Todas as horas ferem, magoam-nos lentamente e a última mata...

sábado, 14 de setembro de 2013

intoxicating sadness

no...i'm not in love with my fucking sadness...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Palavras mais fortes que o silêncio



Se ao menos pudermos salvar um verso nestes tempos de fim de festa.

Se pudermos nos desviar da rota assassina de certas “palavras balas” ( não nos esqueçamos nunca de evitar as palavras que nos atingem à queima-roupa) e usar algumas “palavras salva-vidas” como só os melhores poemas sabem fazer (não nos esqueçamos nunca de tomar, diariamente, a dose certa de palavras que nos impeçam de nos matar).

Se exigirmos das palavras sentidos suficientes para nos dizer amor como quem cheira, lambe, como quem se toca com a mão que acaricia e usa de todos os sentidos e com eles abraça o mundo poderemos pronunciar mais facilmente palavras para as usar mais tarde, quando mais precisarmos como agora por exemplo…

(Vou guardar algumas dessa palavras salvíficas dentro de uma garrafa de vidro e colar por fora este dizer” “quebrar em caso de emergência”.)

A palavra não precisa de ser lida entre linhas, textos, subtextos, pretextos para magoar. A palavra procura a distância da página ou da tua boca para voar e dizer aquilo que sem ambiguidade diz.

Queremos palavras mais fortes que o silêncio.
Que sejam de uma clareza concisa e sem ressentimento
Que dancem musicais
Proferidas por ti que me lês
Na liberdade do lume do teu hálito quente...


Porque somos mais, muito mais do que aquilo que nos tiram e nos querem fazer crer



 
 

 

"Words are Violence..."

O que falo nunca é o que quero dizer, como reproduzir em palavras o gosto do teu toque?...Somos sensações mal cicatrizadas e como dizer um coração batendo?... Somos criadores de nos próprios mas debatemo-nos adiando-nos, andamos na escuridão a procura de nos próprios, as vezes aos encontrões alheios uns aos outros, enredados em servidões quotidianas, há quem lhes chame ganhar a vida, eu chamo gastá-la, desperdiçá-la e qualquer coisa de grandioso aguarda dentro de nos e essa coisa que não sai ca para fora e que não fazemos é que por vezes nos dói...

http://www.youtube.com/watch?v=aGSKrC7dGcY