segunda-feira, 3 de junho de 2013

Palavras mais fortes que o silêncio



Se ao menos pudermos salvar um verso nestes tempos de fim de festa.

Se pudermos nos desviar da rota assassina de certas “palavras balas” ( não nos esqueçamos nunca de evitar as palavras que nos atingem à queima-roupa) e usar algumas “palavras salva-vidas” como só os melhores poemas sabem fazer (não nos esqueçamos nunca de tomar, diariamente, a dose certa de palavras que nos impeçam de nos matar).

Se exigirmos das palavras sentidos suficientes para nos dizer amor como quem cheira, lambe, como quem se toca com a mão que acaricia e usa de todos os sentidos e com eles abraça o mundo poderemos pronunciar mais facilmente palavras para as usar mais tarde, quando mais precisarmos como agora por exemplo…

(Vou guardar algumas dessa palavras salvíficas dentro de uma garrafa de vidro e colar por fora este dizer” “quebrar em caso de emergência”.)

A palavra não precisa de ser lida entre linhas, textos, subtextos, pretextos para magoar. A palavra procura a distância da página ou da tua boca para voar e dizer aquilo que sem ambiguidade diz.

Queremos palavras mais fortes que o silêncio.
Que sejam de uma clareza concisa e sem ressentimento
Que dancem musicais
Proferidas por ti que me lês
Na liberdade do lume do teu hálito quente...


Porque somos mais, muito mais do que aquilo que nos tiram e nos querem fazer crer



 
 

 

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