Ao fim da tarde há uma brisa como mão a alisar o pêlo do ficcionista da vida real enquanto sussurra obscenidades ao ouvido. O vento tem destas coisas e acorda Insónias. Além do tempo e do espaço. Queima tudo por dentro. Mas a vida não pára e tu não és o que pensavas ser. Tu gajo banal com a cabeça cheia do tal ideal social a surrealizar por aí, estás preso na tua própria rotina, corcunda de camisa engomada e gravata apertada. Desespera-te a quimera. E o futuro é um furo no pneu de um carro desgovernado. É o que é. Uma pouca vergonha. É o que é..porque casa onde falta pão sobra confusão e falta tesão. E o português é um cão melancólico com dúvidas e dívidas e já não sabe se rosna, se morde ou se abana a cauda enquanto o dono não lhe dá com a trela. O tempo é só desastre e esquecimento. Desastre e esquecimento. Alternadamente.
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