quinta-feira, 3 de setembro de 2009
O corpo
"Basta me acordar, diz Foucault, que não posso escapar deste lugar,que é o meu corpo. Posso-me mexer, andar por aí, mas não me posso deslocar sem ele. Posso ir até o fim do mundo, posso-me encolher debaixo de um qualquer abrigo, mas o corpo estará sempre onde eu estou. Ele está aqui, irreparavelmente: não está nunca, noutro lugar. O meu corpo é o contrário de uma utopia. Todos os dias-continua Foucault- eu me vejo ao espelho: rosto magro, costas curvadas, olhos míopes, nem um cabelo a mais... Verdadeiramente, nada bonito. O meu corpo é uma jaula desagradável.
É através das suas grades que eu vou falar, olhar, ser visto. É o lugar a que estou condenado sem recurso. É possível que contra esse corpo tenham nascido todas as utopias, dele nasce a utopia original -a de um corpo incorporal: o país das fadas, dos elfos, dos génios, onde as feridas se curam imediatamente, onde caímos de uma montanha sem nos magoarmos, onde podemos ficar invisíveis."
Ke sei de mim de ti?
– Ke sei de Deus, então? –
Corpo = pai.
Corpore = filho.
Corpus = espírito."
Alma, morada, prisão, liberdade o Corpo surpreendente, todo desejo todo tristeza, ausência e alegria pulsando num só corpo que corpo vive por mim através de mim, por acção da minha vontade d kerer descobrir/ destruir outros corpos no corpo do meu corpo, um sentido a dar à vida aguarda dentro do corpo...
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