Não há amor como o amor futuro
Dança pelas idades sucessivas
Até não mais ter folego
Mas vem comigo
Até às estrelas
Definir braços e pernas
Devorar linguas
Ao tocares-me
Irás tentar ser um homem
Far-te-ei uma mulher
Quererás falar
Mas prefiro-te mudo
E abraçar-te
Assim indefeso
Captivo do fogo que lavra
Na solidão
Queimar-te-ei a dor
Até não restar mais nada dela
Senão a cinza dos dias
Ou o que sobra deles
Quando deles não sobra mais nada
Senão unhas e cabelos a crescer
E uma fome que nunca se sacia
Ou a miséria e o esplendor de sentir
Eu a cavalgar-te as ilusões
A morder-te a saliva
Enquanto enches o corpo de ti
Em movimento
Inchado e preso a mim
Até sermos despejados da morada um do outro
E não sabermos de nós
Hey não me peças os afectos certos polvilhados de palavras ternurentas
A ti dar-te-ei somente as palavras que não entendo
é que sabes, o que me prende a ti são aquelas que nunca proferi
E Tenho ainda tudo para fazer, sentir, descobrir e destruir...
Portanto agarra-me puto
Mas não me odeies se te disser que nunca poderemos nos amar
Amar...nunca entendi tal catastrofe do ego
Percebe que as tuas asas estão petrificadas
De há tanto tempo esperar
Pelo voo rasante de um abraço que tarda em chegar
e eu esse abraço sei dar
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