sexta-feira, 7 de maio de 2010

alone...

"Se o fruto caísse ao chão e não morresse
não frutificaria
numa solidão sem fim a vida ser-lhe-ía impossível

Já não sou eu mas outro que mal acaba de começar"
Samuel Beckett


Agora és futuro antes de aconteceres e passado logo ke o deixas de ser alheio a ti mesmo habitado por uma multiplicidade de pessoas lugares e sentimentos, nunca deixarás de existir dentro de ti mesmo, secular o peito batendo ao ritmo dum novo mundo noutro lugar o teu passado amanhã recomeçará a renascer do outro de ti mesmo apre(e)nderá o nome das coisas, o sabor o saber a geometria da vida e nunca deixarás de existir dentro de ti mesmo para recomeçares tudo de novo outra vez perdendo peso, perdendo bagagem em kualker sitio ganhando fôlego no teu passado nascerás dentro de ti sem ke tu o notes e te compreendas...numa solidão desalmada nasces, cresces ressentido com os pais aprendes as regras do jogo, arranjas emprego, endireitas a vida, assentas e casas, crias a tua própria família, largas os pais, agarras os filhos que com sorte não te odeiam também e deixam-te velho incoerente a berrar em silêncio pelo corpo fora pelo amor em sangue ke te é devido porque nunca fomos filhos de ninguém mas keremos alguém ke nos pertença desde o dia em ke nascemos possessivos plo seio da mãe até ao dia em ke morremos sem dentes para morder a vida e ainda assim a roer o osso duro da solidão ke nos deixaram sem ilusões de amor a renunciar a pouco e pouco à poesia de estarmos vivos...

...E às vezes as palavras não valem nada porkuanto todas as palavras ke sabemos são estas ke nos ensinaram e não outras ke nos revelariam em toda a luz as sombras de ke somos feitos sem nada para nos agarrarmos que não seja o imenso medo escorregadio de nos perdermos uns dos outros, mesmo antes de nos tocarmos, mas vamos balbuciando aos encontrões uns aos outros, o amor às avessas, dizendo "olá" "adeus", kuando keríamos gritar "amo-te" ou "não me deixes" estupidamente esperando ke alguém nos entenda mas como nunca ninguém nos entende morremos sós...


"I, feel the time, slowly drifting in my veins, Memories, remains
Confined, I'm alive, somewhere by the autumn leaves, Falling in between

'Cause no one's there to hold my head up high, No one's there to peace my mind

Alone, lies my soul, I'm so cold, I'm afraid, To find hollow life
Sleepless night, empty days

Opaque fading eyes stumble in my face, Through the crowd I forsake
Demised I'm aside weaked by the lonely haze, Of no point, no aim

'Cause no one's there to hold my head up high, No one's there to peace my mind

Alone, I'm afraid, To find hollow life, Sleepless nights, empty days

Alone..."

ALONE-Ramp

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